domingo, 5 de junho de 2011

MR em Campinas - TEXTO: Tudo novo de novo

Há quase três anos fui pela primeira vez a um show de Maria Rita, na Excalibur, em Campinas/SP: mais precisamente em 22 de agosto de 2008. E então na última sexta-feira, 3 de junho, voltei ao mesmo lugar para meu sétimo show. Quando eu digo mesmo lugar, é porque estava, de novo, grudada no palco, no centro, em frente ao pedestal usado pela cantora em várias músicas durante o show como “Só de Você” e “Agora Só Falta Você”.


FOTO: @dougchaves
As semelhanças param por aí. Já não é mais “Samba Meu”. Agora com o campineiro Tiago Costa no piano, Sylvinho Mazzucca no contrabaixo e Cuca Teixeira na bateria, o show “Só Nosso”, como os fãs nomearam carinhosamente e Maria Rita vem repetindo, realmente foi um show na 1ª pessoa do plural: ela entrou arrepiando com “Conceição dos Coqueiros”, “Santana” e “Cupido” e, na sequência, o público respondeu com gritos, aplausos e assobios. Do início ao fim, cada movimento de Rita animava ainda mais os presentes... e vice-versa, pois era possível ver cada palavra cantada ou gesto feito por todos refletidos no sorriso estampado no rosto da cantora.



A caixa de som estava bem na minha frente. Eu pude ouvir a respiração e ver a emoção dela em “Perfeitamente”, “Veja Bem, Meu Bem”, “Caminho das Águas” e “Nem Um Dia”. Pude ainda sentir as ondas sonoras entrando nas minhas veias em forma de adrenalina durante o samba de “O Que É O Amor”, “Cria”, “Num Corpo Só”, “Tá Perdoado”, “Maria do Socorro”, “Cara Valente” e “Conta Outra”. Confesso que nesse momento quase não aguentei o pique de Maria Rita: suei, sambei, clamei por água, mas não parei de cantar.

Sobrevivi a “Muito Pouco” e “Pagu” e, em determinado momento (minha memória e a emoção não me permitem lembrar qual música tocava), ganhei um discreto e inesquecível sorriso da cantora, enquanto meu amigo, Douglas, ganhou uma piscadinha em “pode almoçar o que quiser / e repetir, te dou colher / faz aquele jeito carinhoso...”.

As aberturas de novelas “Encontros e Despedidas” e “Coração em Desalinho” sempre fazem sucesso, mas foi em “O Que Sobrou do Céu” e “Minha Alma” que a casa veio abaixo! O público que estava na pista, feita de madeira, pulou tanto, mas tanto, que a caixa de som se desconectou. Ela saiu, o problema foi resolvido e ela voltou para o ‘bis’.

Não, eu não tive uma visão geral do palco, do público, não sei como estava o som pra quem não estava ali na frente. Eu só tinha olhos pra ela, linda em seu traje black e todo brilhante, de cabelos presos, pulseiras e sandália de salto alto; pra ela, sorrindo, visivelmente feliz, empolgada, de voz doce e forte. Potência! Taí “Não Deixe O Samba Morrer” à capella pra não me deixar mentir.



Texto: Gabriela Borini (@gborini)

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