domingo, 26 de junho de 2011

Entrevista - Maria Rita "Tinha medo do microfone"


Pode não rolar. No início do ano, Maria Rita foi notícia em todo País por conta de um projeto que previa a quebra de um tabu em sua trajetória: ela cantaria pela primeira vez músicas do repertório de sua mãe, Elis Regina. Com produção do irmão João Marcello Bôscoli, as cinco apresentações fariam parte de uma exposição batizada de Redescobrir Elis. "No momento eu sequer sei se vou fazer esses shows. A pressão geral que rolou depois que a informação vazou me fez muito mal", admitiu Maria Rita  ao POPULAR.  As comparações do jeito de Maria Rita cantar com a mãe perseguem-na desde sempre. Ela conta que antes ouvia tudo calada, mas que agora já tem segurança e maturidade suficientes para responder à altura seu detratores. Na entrevista, ela  falou de sua carreira, da questão ambiental , entre outros temas. Confira trechos:
Um projeto prevê para 2012 apresentações suas em homenagem a sua mãe. Como estão os preparativos para esses espetáculos?

No momento eu sequer sei se vou fazer esses shows. A pressão geral que rolou depois que a informação vazou me fez muito mal. Não sei se tenho estrutura emocional para passar por isso.

Qual foi seu maior desafio durante os quase dez anos de carreira artística?
Acho que com o meu histórico genealógico, o meu maior desafio foi pegar num microfone pela primeira vez. No momento em que pisei no palco profissionalmente pela primeira vez, há quase dez anos, tive a serena sensação de estar voltando pra casa - ou seja, identifiquei aquele momento como a concretização da percepção do meu lugar no mundo. Dali, do palco, não saio nunca mais. Mas tinha medo do microfone.

Atualmente você não está divulgando nenhum álbum específico. O que preparou para esse show na cidade de Goiás?

É o show que venho apresentando desde maio de 2010, após o encerramento da turnê do Samba Meu. É um show bem informal, sem pretensão alguma. Não tenho cenário, não tenho um roteiro fixo. Canto canções que há muito não cantava, canções que cantarolava em casa, mas que por motivos diversos não tinham tido espaço nas turnês, canções inéditas - enfim. É um show, portanto, bastante íntimo, do ponto de vista pessoal, e intimista, do ponto de vista musical, já que trago uma formação básica de piano-baixo-bateria.

Como é se apresentar num festival internacional de cinema que discute a causa ambiental? Qual sua visão sobre o tema?

Sou da escola que acredita que as artes têm a capacidade de estabelecer diálogos. Somos, os artistas de todas as expressões culturais, canais de comunicação. A causa ambiental permeia minha realidade desde minha adolescência, quando ainda era estagiária da revista Capricho, e tínhamos artigos diversos que "conversavam" com as leitoras numa clara tentativa de esclarecer e levantar questões. Seria leviano de minha parte dizer que é um assunto apenas importante. O futuro está logo ali, e as coisas não estão melhorando.

No Brasil, a sala de espetáculos ainda é destinada aos com maior poder aquisitivo. Seu show em Goiás será em praça pública, com entrada franca. Tem um gosto diferente em participar de um evento assim?

Sem sombra de dúvidas. É uma oportunidade que o público tem de se aproximar um pouco de um artista que ele talvez admire, talvez sequer conheça.

Este ano você foi pela primeira vez madrinha de bateria no carnaval e também fez fotos mais ousadas para a revista Alfa. Como foram essas experiências?

O carnaval foi inacreditável, jamais esquecerei. A sensação mais próxima que já tive de voar. Quanto às fotos da Alfa, chamei o Hugo Prata, meu diretor no DVD Samba Meu e meu parceiro de direção geral da turnê do disco, um amigo em quem confio 110%, para ser o fotógrafo. Com isso, acabei me sentindo mais à vontade. Mas fiquei tensa, não me senti 100% à vontade, mesmo sendo com uma equipe de extrema competência e confiança. Não me considero um símbolo sexual. Me senti um pouco fora do meu elemento

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