Uma Maria Rita "mais explosiva, inquieta, quase raivosa e impaciente" chega a Belo Horizonte, no próximo sábado (4), para um show diferente dos anteriores. Os adjetivos, escolhidos pela própria cantora para definir sua fase atual, representam um momento de liberdade artística.
No palco, além de reunir sucessos dos seus três trabalhos, e não apenas do seu último disco, "Samba Meu", lançado em 2007, a cantora de 34 anos decidiu apresentar canções que, segundo ela, gosta e lhe emocionam. "Escolhi canções que há muito não cantava, que tinha saudades. Canções que canto pela casa, mas que não cabiam em ‘turnê de disco’. Canções que sei que o público gosta de cantar", afirma.
Para os menos atentos, o show pode soar como despretensioso. Maria Rita explica que apenas está vivenciando uma fase de desprendimento. "Levo o palco muito a sério. Mas é mais livre, não compromissado com momento nenhum, hit nenhum, sonoridade nenhuma. É, portanto, mais íntimo", diz.
Questionada sobre a intenção de registrar o show em CD e DVD, ela mantém a objetividade. "Não, eu realmente não tenho".
Entre algumas das músicas escolhidas para o repertório estão "Coração em Desalinho", tema de abertura da novela "Insensato Coração", "Só de Você", "O que É o Amor", "Conceição dos Coqueiros" e "Encontros e Despedidas". Algumas faixas de "Samba Meu" também estarão no roteiro.
Facetas e Elis
Desde seu primeiro disco, lançado em setembro de 2003, Maria Rita acumulou algumas facetas. Além dos papéis de cantora premiada e mãe de um menino de 5 anos, o título de madrinha de bateria da escola de samba Vai-Vai passou a integrar seu currículo no último mês de março. O lugar de mulher sensual também foi reafirmado em um ensaio para uma revista masculina.
Mas talvez um de seus grandes rótulos seja mesmo o de filha de uma das maiores cantoras do mundo. No entanto, depois de oito anos de comparações com Elis Regina, e muitas delas não tão bem-vindas, a filha agora se rende a um projeto em homenagem à mãe.
Com o nome de "Redescobrir Elis", cinco shows serão apresentados com um repertório totalmente dedicado a cantora. Os espetáculos, que estão programados para 2012 e serão gratuitos, deverão passar por Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Recife e Porto Alegre.
O projeto ainda vai contar com uma exposição, um site-espelho da obra, um livro e um documentário, a um custo estimado em R$ 5,8 milhões, viabilizados por meio da Lei Rouanet.
O projeto ainda vai contar com uma exposição, um site-espelho da obra, um livro e um documentário, a um custo estimado em R$ 5,8 milhões, viabilizados por meio da Lei Rouanet.
Projetos e novos sons
Em julho, Maria Rita se apresenta no Montreux Jazz Festival, na Suíça, no qual Elis Regina fez uma antológica apresentação em 1979. Mais uma vez fugindo das comparações, ela explica que não cria expectativas. "Já estive lá há alguns anos e foi muito emocionante para mim. Assim como passou Elis, passou também uma quantidade de gente importante. Mas não crio expectativa. Ao fazê-lo, o tombo é garantido", afirma.
Entre os músicos que lhe chamam atenção no momento, estão Melody Gardot e Adele, duas jovens cantoras que chegam ao sucesso com trabalhos ancorados no jazz e no pop. Maria Rita ainda sinaliza uma possível passagem por outros gêneros. "Sou muito inquieta, ouço de tudo. Tenho projetos paralelos em mente, mas aguardo o momento ideal", conta.
Chevrolet Hall (av. Nossa Senhora do Carmo, 230, Savassi, 2191-5700). 4 de junho (sábado), às 21h. R$ 120 (cadeiras numeradas, 1º lote, inteira). R$ 80 (pista, arquibancada, 1º lote, inteira).
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