sexta-feira, 17 de setembro de 2010

MPB volta a ter festival, mas com público e atrações bem diferentes 29/08/2010

Adriana Caitano



Quase 30.000 pessoas se reuniram na arena do Anhembi, em São Paulo, no sábado para assistir a um festival de MPB. A euforia, o público e as atrações não eram nem de longe os mesmos dos clássicos festivais competitivos que eram transmitidos pela TV e mobilizavam o Brasil. Mas o fato de tanta gente ter se disposto a pagar para ver Zeca Baleiro, Nando Reis, Maria Rita e Jorge Ben Jor pode ser um sinal de que a MPB - mesmo tão diferente - não está tão esquecida assim.


De acordo com o diretor de marketing da rádio Nova Brasil FM, especializada em MPB, que organizou o evento, Fausi Kambour, a elaboração do festival demorou quatro meses e custou mais de 1 milhão de reais.”Tínhamos um certo receio, nos perguntávamos se esse público segmentado e específico das classes A e B que hoje consome a MPB estava disposto a ficar em pé num show tão grande”, comenta.
O medo da rejeição do público fez com que as atrações também fossem mais restritas. Cantores da nova geração que têm ganhado espaço no cenário musical, como Maria Gadú, Roberta Campos, Ana Cañas, Bruna Caram, Thiago Petit, Max de Castro e Leo Maia não foram convidados. “A gente já organiza projetos mais intimistas para essas pessoas, mas numa próxima edição do festival eles poderão ser chamados”, afirma Kambour.


A cantora Bruna Caram esteve no evento como ouvinte, mas não chegou a reclamar por não estar no palco. “É muito difícil para um artista jovem que canta MPB entrar no sistema, mas o público tem uma carência por grandes artistas e aos poucos a gente vai conseguindo espaço”, reconheceu. “Acho que está sendo dado um passo para criar a tradição de se apreciar a MPB. As pessoas saírem em bando para ouvi-la já é muito bacana”.

Veja

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