09.06.2010 - Revista Época
Artistas como Ivete Sangalo, Maria Rita e Gilberto Gil já acharam a fórmula de se comunicar com seus fãs através da internet. Mas e vender música pela rede? Prêmio vai destacar cantores, gravadoras e produtores que incentivem a venda legal de conteúdo musical.
Ivete Sangalo conversa com seus seguidores no Twitter diariamente e chegou até a fazer uma vídeo-conferência no dia do seu aniversário, no final do mês de maio. Maria Rita também costuma trocar mensagem com os internautas através das redes sociais. Gilberto Gil – que sempre defendeu um conteúdo livre para os fãs – posta fotos e vídeos de suas apresentações em seu site.
Mas será que eles sabem vender música pela internet? Embora a maioria deles se declare contra a pirataria, é difícil ver um artista fora da cena independente incentivar o seu público a comprar suas músicas pela internet ou até mesmo a lançar um novo trabalho exclusivamente para download. Essa função, geralmente, fica com as gravadoras ou as plataformas de conteúdo, ou seja, com quem fica a maior fatia dos lucros com esse tipo de atividade.
O Prêmio Música Digital, lançado nesta terça-feira (8), em São Paulo, pode ser uma oportunidade para artistas e gravadoras repensarem esse posicionamento e incentivar ainda mais a busca por novas alternativas para a comercialização de seus produtos. Idealizado pelo produtor Marco Mazzola – que trabalhou com Elis Regina, Gal Costa, Chico Buarque, Caetano Veloso, Raul Seixas, Zeca Baleiro, entre outros –, o prêmio vai destacar os melhores desempenhos no mundo digital, tanto em relação às vendas, quanto às iniciativas para promover a compra de conteúdo legal.
Para o diretor de novos negócios da Sony Music Brasil, Cláudio Vargas, a venda de música pela internet não é mais uma alternativa para o mercado fonográfico, e sim a única. “Os próprios artistas já perceberam isso e estão preocupados em trabalhar nesse tipo de conteúdo”, diz Vargas, que tem em eu catálogo nomes como Roberto Carlos, Ana Carolina, Claudia Leitte, Adriana Calcanhoto, Zezé di Carmargo &Luciano e Jota Quest.
A opinião é compartilhada por Mazzola, que cita a cantora Marisa Monte, contratada pela EMI Music, como uma das grandes cantoras que demonstrou interesse em buscar esse mercado. “Eles ganham nos royalties das faixas vendidas pela internet. É bom para os artistas também”, afirma o produtor.
Como funcionará o Prêmio de Música Digital
Segundo o produtor Marco Mazzola, a iniciativa de contemplar os destaques do universo virtual é inédita no mundo todo. “A música digital é contemplada dentro de outros prêmios, mas nunca teve uma premiação própria”, afirma.
Para concorrer ao prêmio, artistas, gravadoras e produtores devem inscrever as músicas no site Prêmio da Música Digital. Serão levados em conta os fonogramas vendidos digitalmente no período de 1º de junho de 2009 e 30 de junho de 2010 pelos canais oficiais de comercialização disponíveis no Brasil (operadoras Oi, Tim, Claro e Vivo e pelas lojas Uol Megastore, Baixa Hits, Nokia Music Store, Sonora, Rede iMusica e Nokia Comes With Music).
Haverá três formas diferentes de premiação. A primeira será por vendas, dividida em 10 categorias de gêneros musicais. Os artistas também poderão ser escolhidos pelo voto popular, que distribuirá prêmios de Artista do Ano, Música do Ano e Artista Revelação.
Por fim, o Prêmio por Reconhecimento Digital vai contemplar a marca que mais contribuir para o desenvolvimento da música digital e o artista que mais se engajar na promoção e venda de conteúdos digitais. Nesses casos, os vencedores serão escolhidos pelos conselheiros do Música Digital, formados por representantes de gravadoras, jornalistas e profissionais da área.
Os vencedores serão conhecidos no dia 23 de novembro de 2010, no Teatro Oi Casagrande, no Rio de Janeiro.
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