segunda-feira, 5 de abril de 2010

08.04.2009 - Emoção em SP

Hoje, faz um ano, desse excelente show da Maria Rita no Analia Franco, e pra matar a saudade de quem viveu essa emoção, segue o texto que a própria MR fez no "Diario Turnê" (Site Oficial) 




"Rio, 8 de abril de 2009
Escrever sobre o show no Anália Franco, em SP, é uma tarefa no mínimo desafiadora.  Meu pai me criou para não passar para o público os nossos problemas, nunca - a não ser que fosse em forma de arte.  Ele também me ensinou, no entanto, que não há nada de errado em ser honesto com seu público e explicar quando a saúde está aquém.  "Mas nunca para atrair pena, mas sim respeito."
Foi com essas lições tremendamente belas que subi no palco no estacionamento do Shopping Anália Franco, para mais de 8mil pessoas.  (Os 10 mil ingressos se esgotaram em dois dias - pasmem - mas o sol era tanto que os organizadores acreditavam que nem todos os 10mil iriam.)

Desde 6a-feira eu não me sentira bem, com golpes de ar gelado e mudanças bruscas de temperatura, primeiro no estúdio e depois no casamento do meu amigo André, no sábado.  O que já não vinha muito legal, no domingo amanheceu dramático.  Com poucas horas de sono, e  dois dias intensos e corridos, domingão minha garganta não segurou. Friquei frustrada, mas sabia que na hora do show as coisas provavelmente melhorariam.  Mas como não tenho mais 25 anos...

Foi um show difícil.  Meu nível de concentração estava incrivelmente desgastante.  Confesso que em momentos senti que deveria, talvez, ter cancelado o show.  Não pelo meu sofrimento físico - isso, é o de menos.  Já fiz shows em condições muito piores, mas que não necessariamente afetavam a voz, o meu instrumento.  Meu questionamento durante o show era o estar aquém das minhas expectativas e, quem sabe?, da do público também.  Avisei ao público da minha condição, pedi desculpas, conforme os ensinamentos do papai...
Mas sofri.  Sofri por não poder ter dado mais.  Não adiantou a  produção me dizer que foi tudo bem.  Não adiantou, não: só piorou.  Não gosto quando nego bota a mão na cabeça.  Sou exigente comigo mesma, sim, e quanto sei que foi aquém, não há nada que me tire isso da cabeça.  Me sentia enganando aquele povo todo.  E aquele monte de chá fervendo, naquele calor danado, ajudava pouco.  Chorei no carro, no caminho de volta pro hotel.  Frustrada e raivosa.



No entanto, pro final do show, me realizei de uma coisa que deveria ter realizado desde a quarta, quinta canção: o público estava lá.  E estava mesmo!  Não tinha ninguém reclamando, não tinha ninguém se levantando para ir embora, nada disso.  A galera só queria dançar e cantar e se divertir.  Desde os sentados, aos que já se encontravam de pé, àqueles nas janelas dos prédios.  E, naquele show, a energia que a galera mandou foi dramaticamente diferente da dos outros shows.  Foi, como disse no
Twitter, uma energia anti-gripal.

Me emocionou ver que aquele carinho todo é incondicional.  E neste momento, escrevendo estas palavras, me encontro com as mesmas lágrimas nos olhos, descendo meu rosto, que aquelas que brotaram no final do show.  Lágrimas de gratidão.
Obrigada, galerinha...
Com carinho,
MR"



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